sábado, 19 de setembro de 2015

CANDIDATOS APROVADOS NO PROCESSO SELETIVO DE SETEMBRO DE 2015

Ana Carolina Castro
Carlos Gabriel Ramaglia Mota
David Martins Costa de Lucena
Guilherme Belmudes
Ingrid Caroline de Oliveira
Jessica Dodo Buchler
Juliana Iglesias Vasquez
Lukas Henrique Fakhouri
Rayssa Moraes Esteves Machado
Samanta Fiodormo Ferreira

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CASO PRÁTICO – SELEÇÃO DE 19.09.15

O senador opositor boliviano Roger Pinto Molina pediu e recebeu asilo do governo brasileiro em 28 de maio de 2012 e estava asilado na Embaixada Brasileira em La Paz, há quase 15 meses, quando foi condenado em seu país, em junho de 2013, a um ano de prisão por vários crimes financeiros.
Contra Molina pesavam mais de 20 acusações apresentadas pelo governo boliviano, que incluíam o desvio de verbas no valor de pelo menos US$ 1,7 milhões quando era Diretor da Zona Franca de Cobija.
O Senador alegava, em sua defesa, que ele e seu partido, o Convergencia Democratica, eram perseguidos pelo Presidente Evo Morales e que teria mesmo recebido várias ameaças de morte. Além deste argumento, Molina também alegou que os processos contra ele foram forjados, que não teve garantias de um julgamento justo nem acesso aos documentos que poderiam garantir uma defesa adequada.
 O diplomata brasileiro Eduardo Saboia, responsável pela missão diplomática brasileira no país, tentou obter maior empenho de Brasília no caso, com a finalidade de buscar uma solução para o impasse.  Em agosto daquele ano, o político boliviano viajou de La Paz para Corumbá (MS) sem o salvo-conduto que deveria ser garantido pelo governo boliviano e que lhe garantia uma saída segura do país, depois de ter diversos pedidos do documento negados pelo governo boliviano.
Segundo relatos de seu advogado, Molina teria deixado a Bolívia com base em um plano traçado por funcionários da Embaixada do Brasil e viajado mais de 20 horas em um carro da Embaixada brasileira.
Nem sua família e nem mesmo seu defensor foram informados sobre a viagem “para garantir a segurança de todos”, segundo o advogado.
A autorização foi dada pelo chefe de chancelaria, ministro Eduardo Saboia, que substituía temporariamente o embaixador Marcelo Biato. De Corumbá, Molina seguiu para Brasília de avião, onde desembarcou acompanhado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores. “Quando recebi o comunicado do ministro Eduardo Saboia de que Molina corria o risco de vida, não tive efetivamente outra iniciativa, porque não sei ser omisso quando um semelhante passa por uma dificuldade como essa. Foi um ato de solidariedade humana”, contou Ferraço.
Embora a ministra de Comunicações da Bolívia tenha dito, em um primeiro momento, que o caso não afetaria as relações com o Brasil, o ministro da Presidência da Bolívia - equivalente à Casa Civil no Brasil - Juan Ramón Quintana,  disse que Molina deixou a Bolívia como “um criminoso comum” e que o governo brasileiro teria que explicar o caso.
O Itamaraty anunciou no dia 24 de agosto daquele ano a abertura de inquérito para investigar as circunstâncias de saída do parlamentar boliviano de seu país de origem. O órgão pretende analisar, por exemplo, se houve respeito aos tratados internacionais de concessão de asilo.
Sobre a abertura de inquérito pelo Itamaraty, o advogado de Pinto Molina se disse surpreso. “A situação do senador Pinto Molina é absolutamente legal. Ele deixou a Bolívia, em um carro oficial da Embaixada do Brasil em La Paz, foi acompanhado por outro automóvel e passou pela fronteira”, disse o advogado. “Não há o que contestar. O senador está com a saúde fragilizada e não tinha mais como ficar fechado na embaixada.”, afirmou.
A iniciativa do inquérito foi considerada como "punitiva", em vez de "investigativa", pelo embaixador Luis Augusto de Castro Neves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI).
Dois dias depois da chegada de Molina o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pediu demissão do cargo tendo o representante do Brasil na ONU, embaixador Luiz Alberto Figueiredo assumido a Chancelaria brasileira.
Ainda em junho, o advogado de Molina no Brasil havia protocolado junto ao STF um “habeas corpus extra-territorial”, documento que afirmou ser inédito na Justiça brasileira.
A fuga do ex-senador boliviano resultou na suspensão, por 20 dias do diplomata Eduardo Saboia, responsável pela operação que retirou o político da embaixada brasileira em La Paz.
O governo boliviano declarou à época estar estudando o pedido de extradição de Molina, que continua morando no Distrito Federal. No corrente mês de setembro, o governo boliviano voltou a criticar, em nota oficial, a “falta de resposta oficial” do governo brasileiro, assim como não poupou o Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça.
Na nota, as autoridades bolivianas criticaram a apreciação do pedido de refúgio por parte do Conare, ressaltando que Molina responde a “vários processos penais” por crimes de corrupção pública. Diz ainda que o Conare já teria concedido refúgio à Molina, conforme “noticiado por meios de comunicação”. A assessoria do Ministério da Justiça, no entanto, não confirmou até hoje a concessão de refúgio a Molina.
Quais os órgão que, em tese, poderiam apreciar esta questão pendente nas relações entre Brasil e Bolívia há mais de dois anos?
1- Reunião de Consulta dos Ministros de Relações Exteriores da
     OEA – Organização dos Estados Americanos;
2 - UNASUL - União de Nações Sul-Americanas.

Objetivo do trabalho: com base nas Convenções existentes, preparar as seguintes posições jurídicas que deveriam ser defendidas em uma (a) Reunião de Consulta dos Ministros de Relações Exteriores da OEA e no (b) Conselho de Chefes de Estado e de Governo da Unasul:

a) a base jurídica internacional do pedido de manifestação pela Bolívia;
b) a defesa do governo brasileiro (inclusive com relação às posições dos membros do Corpo Diplomático);
c) a defesa dos advogados do político boliviano Molina;
d) um parecer jurídico conjunto do Secretário Geral da OEA, da UNASUL e dos Ministros de Relações Exteriores dos países membros da primeira Organização.

Desenvolvimento do teste: na data da realização do concurso,
- dois candidatos deverão representar os países envolvidos no caso;
- dois as posições do ex-Ministro Antonio Patriota e do diplomatas Eduardo Sabóia,
- e um deverá representar o advogado de Molina-.
 .Portanto será esperada não só a compreensão do problema e a sugestão de uma solução jurídica, mas também a aptidão em defender as partes envolvidas no litígio.

Fontes: Carta da OEA; Tratado da UNASUL; Convenções sobre Asilo Diplomático e Territorial (ambas de 1954); Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados (1969).
Tratados e Declarações da ONU sobre Direitos e Deveres dos Estados (Resoluções nº2625/70 e 3314/74); Carta Democrática Interamericana -2001 da OEA; resoluções e declarações multilaterais sobre os seguintes temas: responsabilidade dos Estados; direitos e deveres dos Estados; proteção dos direitos humanos.

Fontes de pesquisa sugeridas:
- Internet;
- manuais que versem sobre:
temas básicos do DIP e Organizações internacionais (*),
livros sobre proteção internacional dos direitos humanos (**)
e coletâneas de legislação internacional (***).

(*) ACCIOLY, H., NASCIMENTO E SILVA, G.E. e CASELLA, P. BORBA. Manual de Direito Internacional Público. 21ª ed. SP: Saraiva, 20014.
(*) AMARAL JR. A. Introdução ao Direito Internacional Público. 4ª ed: 2013, Atlas, SP.
(*) DINH, Nguyen Quoc, DAILLER, Patrick; PELLET, AlainDireito Internacional Público, Lisboa, Fundação Calouste Gulbekian, 1999.
(*) MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público 15ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Editora Renovar – 2004.
(*) SOARES, Guido Fernando SilvaCurso de Direito Internacional Público. 2ª ed. Vol. I. São Paulo: Atlas, 2004.

(**) BOBBIO, NorbertoA Era dos Direitos, Rio de Janeiro, Editora Campus- 2004.
(**)    “             “       . Presente e Futuro dos Direitos do Homem
(**) CANÇADO TRINDADE, Antonio Augusto- Direito das Organizações Internacionais, 3ª ed., Belo Horizonte – Del Rey, 2003
(**) LAFER, CelsoEnsaios sobre a Liberdade, São Paulo, Siciliano, 1991
(**)   “  ,  “     Os Direitos do Homem e a Convergência da Ética e da Política
(**) KONDER COMPARATO, Fábio – A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos – 10ª ed, S. Paulo, Saraiva, 2015.
(**) PIOVESAN, Flávia - Direitos Humanos e Direito Constitucional Internacional – 15ª ed., S. Paulo, Saraiva. 2015.
(**)      “            ,  “   .Temas de Direitos Humanos. 8ª ed. S. Paulo, Saraiva- 2015.

(***) MAZZUOLI, Valério de OliveiraColetânea de Direito Internacional. 13ª ed., 2015, RT, SP.
.(***) RANGEL, Vicente MarottaDireito e Relações Internacionais. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
(***) SEINTENFUS, Ricardo. Legislação Internacional. 2ª Ed.São Paulo: Manole, 2009.

DIVISÃO DOS CANDIDATOS:
GRUPO 1 – REUNIÃO DE CONSULTA DOS MINISTROS DE RELAÇÕES EXTERIORES DA OEA
Brasil: Ana Clara Toscano Aranha Pereira
Bolívia: Samanta Fiodormo Ferreira
Ex Ministro Antonio Patriota: Izabela Medeiros
Diplomata Eduardo Sabóia: Hannaa Hayek
Advogado de Molina: Marianna Perrucci Rezende

GRUPO 2 – REUNIÃO DE CONSULTA DOS MINISTROS DE RELAÇÕES EXTERIORES DA OEA
Brasil: Izabela Zonato Villas Boas
Bolívia: Ana Carolina Castro
Ex Ministro Antonio Patriota: Victória Marques Simões
Diplomata Eduardo Sabóia: Camila Scovoli Salomão
Advogado de Molina: Rayssa Moraes Esteves Machado

GRUPO 3 – REUNIÃO DE CONSULTA DOS MINISTROS DE RELAÇÕES EXTERIORES DA OEA
Brasil: Evellin Paiva Teles
Bolívia: Jessica Dodo Buchler
Ex Ministro Antonio Patriota: Aline Cavalcante de Souza Sanches
Diplomata Eduardo Sabóia: Jorge Basilides Basso Eufrosino
Advogado de Molina: Adriana de Souza Lopes

GRUPO 4 – CONSELHO DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA UNASUL
Brasil: Juliana Iglesias Vasquez
Bolívia: Seonmin Han
Ex Ministro Antonio Patriota: Ingrid Caroline de Oliveira
Diplomata Eduardo Sabóia: Marcella Murad Brunner
Advogado de Molina: Samya Hamad

GRUPO 5 – CONSELHO DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA UNASUL
Brasil: David Martins Costa de Lucena + Isabela Moreira Vilela
Bolívia: Lukas Henrique Fakhouri
Ex Ministro Antonio Patriota: Carlos Gabriel Ramaglia Mota
Diplomata Eduardo Sabóia: Ana Beatriz Ribeiro da Silva
Advogado de Molina: Guilherme Belmudes